Durante uma viagem a Luleå, no norte da Suécia, tive a oportunidade de vivenciar o sol da meia-noite. Fui para lá a trabalho, para participar de um congresso, e só depois de alguns dias percebi o impacto real desse fenômeno no dia a dia.
O que é o Sol da Meia-Noite?
O sol da meia-noite acontece nas regiões próximas ao Círculo Polar Ártico, onde, durante o verão, o Sol nunca se põe completamente. Isso significa que, mesmo à meia-noite, ainda há luz natural.
Esse fenômeno ocorre devido à inclinação da Terra e pode ser visto em países como Suécia, Noruega, Finlândia e Islândia, sendo um atrativo para viajantes que querem experimentar algo diferente. Se você está planejando uma viagem para a região, confira também todo o meu conteúdo sobre a Suécia.
Na Suécia, por exemplo, cidades no extremo norte, como Kiruna e Abisko, podem ter mais de 50 dias consecutivos de luz solar ininterrupta, geralmente entre final de maio e meados de julho. Em Luleå, que fica um pouco mais ao sul, o fenômeno não é tão extremo, mas as noites ainda são incrivelmente claras.
Como é estar em um lugar onde não anoitece?
A rotina durante a viagem foi um pouco surreal. Durante o dia, eu estava no congresso, mas, depois das 20h, ainda era pleno dia. Isso me permitiu explorar a cidade sem pressa. Luleå é pequena, então caminhar por suas ruas vazias à noite (ou melhor, o que deveria ser noite) foi uma experiência única.
Em um dos dias, mesmo depois de um longo expediente no congresso, pegamos um barco e fomos até outra ilha da região. O curioso é que já passava das 22h, mas a luz do céu dava a sensação de ser apenas fim de tarde. Era como se o tempo se estendesse indefinidamente.
Uma das experiências mais marcantes aconteceu de forma inesperada. Em uma das madrugadas, acordei às 3h da manhã, sem sono. Olhei pela janela e, claro, ainda estava claro lá fora. Decidi sair para caminhar pelo povoado. As ruas estavam completamente desertas e silenciosas – uma sensação quase fantasmal. Era como se eu tivesse a cidade inteira só para mim, envolto por uma luz suave que nunca ia embora.
O que fazer para aproveitar melhor?
Se você pretende ver o sol da meia-noite, algumas dicas podem ajudar:
- Leve uma máscara para dormir caso a acomodação não tenha cortinas adequadas.
- Mantenha uma rotina de sono, mesmo sem escuridão natural.
- Aproveite o tempo extra de luz para explorar a natureza, já que os dias são longos.
Vale a pena?
Sim, principalmente se você nunca viveu algo parecido. O sol da meia-noite é uma experiência curiosa e traz uma nova percepção do tempo. Mas, se você tem um sono leve ou dificuldades para dormir com luz, pode ser um desafio depois de alguns dias.
O fenômeno oposto: a Noite Polar
Se no verão o Sol nunca se põe, no inverno acontece o contrário: a noite polar. Durante esse período, que ocorre entre final de novembro e meados de janeiro, o Sol não chega a nascer nas regiões mais ao norte.
- Em Kiruna, Suécia, a noite polar dura cerca de 28 dias, começando por volta de 10 de dezembro e terminando em 8 de janeiro.
- Quanto mais ao norte, maior a duração do fenômeno. Em Tromsø, Noruega, por exemplo, são cerca de 50 dias de escuridão, e em Svalbard, no Ártico, a noite polar dura impressionantes 4 meses, de novembro a fevereiro.
- Mesmo sem a luz do Sol, há algumas horas de penumbra durante o dia, conhecidas como “hora azul”, quando o céu adquire tons azulados e alaranjados.
Esse período é muito procurado por turistas que querem ver a aurora boreal, já que a escuridão total favorece a observação das luzes do norte. Se você tem interesse nesse fenômeno, recomendo a leitura do post Aurora Boreal: tudo que você precisa saber.
