Desde sempre, a Polônia ocupou um lugar especial em meu coração. Em meio às conversas em casa, meu avô Aristides Solak sempre trouxe à tona nossas raízes polonesas. E ao longo da vida, encontrei-me inúmeras vezes entre poloneses e polonesas, descobrindo uma conexão especial. É uma daquelas casualidades da vida que parecem ter um propósito maior, pois sempre me senti acolhido e valorizado por esse povo tão caloroso.
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Quando me indagam sobre esse país, recordo-me do frio cortante, das deliciosas Pierogi, e, infelizmente, dos horrores testemunhados em Auschwitz. No entanto, acima de tudo, o que se destaca em minhas lembranças é o povo polonês. Nunca antes fui tão bem recebido e acolhido como na Polônia, e guardo com carinho as memórias daquelas experiências.
A história tumultuada da Polônia é conhecida por muitos. Um país que enfrentou inúmeras batalhas, viu suas fronteiras serem constantemente redesenhadas e esteve sob o domínio de diversos poderes ao longo dos séculos. Russos e alemães cobiçaram suas terras, e houve períodos em que a própria existência da Polônia foi posta em xeque.
É fascinante notar que a Polônia ostenta uma taxa de alfabetização impressionante de 99%, um feito que remonta a séculos. Personalidades como o renomado compositor Chopin, o ilustre cientista Copérnico e, é claro, Karol Wojtyła, o Papa João Paulo II, são exemplos do extraordinário talento polonês que deixou uma marca indelével na história mundial.
A vastidão de suas áreas verdes, ocupando um terço do território, e a predominância da agropecuária refletem o compromisso da Polônia com a sustentabilidade e o meio ambiente. Locais como Cracóvia, com sua beleza magnífica, as imponentes Trzy Korony e a rica e histórica Varsóvia, são testemunhos vivos da riqueza cultural e natural desse país.
No entanto, o que verdadeiramente me desafia é encontrar uma palavra que defina o povo polonês em sua essência. Poderia ser “sofrimento”, dada a história marcada por adversidades? Ou “determinação”, pela resiliência demonstrada ao longo dos tempos? No entanto, arrisco-me a dizer que a palavra correta é “honra”. Para mim, os poloneses personificam esse valor de forma exemplar.
Minha jornada pela Polônia foi marcada por três tipos de “frio” distintos: o frio físico, enfrentando temperaturas de 18 graus negativos em Krościenko; o frio figurado, sentindo um arrepio de emoção ao saltar de Bungee Jump em Zakopane; e, por fim, o frio no coração, inescapável ao visitar Auschwitz. Uma imagem capturou um desses momentos, eternizando essas experiências singulares.
Assim, minha ligação com a Polônia transcende as palavras e é tecida por uma tapeçaria de memórias, emoções e uma profunda admiração pelo povo e pela terra que tanto me acolheram e inspiraram.