A foto no metrô do Cairo

Tentando capturar uma foto da placa do vagão das mulheres no movimentado metrô do Cairo, o fotógrafo enfrentou tensão, teve a imagem apagada pela polícia e perdeu todas as fotos anteriores devido a uma possível limpeza intencional de seu cartão de memória. Apesar das frustrações, ele arriscou outra foto, destacando o esforço por trás dessa imagem em particular, agora compartilhada como parte de suas memórias de viagem.

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“Ah, esta foto tem história!” Você já ouviu essa expressão antes, não é mesmo? Pois bem, algumas fotos merecem ser compartilhadas apenas pelo esforço necessário para capturá-las. São aquelas que representam uma verdadeira “conquista”! A imagem que estou postando hoje, apesar de sua qualidade inferior e composição malfeita, é uma dessas fotos. Ela registra um episódio ocorrido no Cairo, Egito.

Quando utilizei o metrô do Cairo pela primeira vez, notei algo peculiar: as mulheres viajavam em vagões separados, exclusivos para elas. Mais tarde, ao visitar outros países com o islamismo como religião predominante, percebi que essa prática era mais comum do que eu imaginava. No entanto, naquele momento, meu instinto de turista curioso prevaleceu e pensei: “Isso renderia um ótimo artigo para o blog”.

Na manhã seguinte, ao adentrar os corredores do metrô a caminho da Grande Atração de Gizé, decidi tirar uma foto da placa que indicava o vagão exclusivo para mulheres, com os dizeres “Ladies” em inglês e árabe. Esta seria a imagem que ilustraria o texto do artigo que eu planejava escrever.

A foto do metrô do Cairo
A foto do metrô do Cairo

Apesar do metrô estar lotado e da tensão que permeava o ar devido à crise no Egito na época, decidi arriscar e tirar a foto. O receio de chamar a atenção era palpável, mas decidi seguir em frente. Ao tirar a câmera da mochila e fazer as fotos, mal tive tempo de guardá-la antes que alguém tocasse em meu ombro. Para minha surpresa, eram dois policiais!

Em meio à agitação, fui conduzido para fora do tumulto. Os policiais solicitaram para verificar o conteúdo de minha mochila, incluindo minha câmera. Após examinarem as fotos, conversaram entre si em árabe. Mesmo sem compreender completamente o que diziam, pedi desculpas e expliquei que era turista e não entendia o idioma deles. Um dos policiais respondeu em inglês, informando que eu não podia fotografar ali e que deveria apagar a imagem. Concordando, o oficial deletou a foto, devolveu-me a câmera e me liberou.

Somente ao chegar em Gizé e ligar novamente a câmera, percebi o estrago: meu cartão de memória estava limpo! Não sei se foi um acidente ou se foi intencional, mas o oficial havia apagado todas as minhas fotos do dia anterior, tiradas na região central do Cairo. A frustração tomou conta de mim. Aquele momento de raiva foi intenso! Acho que até xinguei a múmia do cara! Tudo por causa daquela maldita placa!

Pelo menos isso aconteceu antes de eu visitar as pirâmides! Imagine se eu decidisse fotografar na volta de Gizé e o guarda apagasse também as fotos das pirâmides? Seria um arrependimento eterno! Mas não importa! Na volta, não resisti e arrisquei novamente, fotografando a placa maldita outra vez! Talvez o nervosismo e a tensão possam justificar a baixa qualidade da imagem!

Como eu disse antes, algumas fotos merecem ser compartilhadas simplesmente pelo esforço em capturá-las! Esta foto me custou várias outras que foram deletadas e alguns momentos de tensão! Mas não foi isso que eu disse? “Isso renderia um ótimo artigo para o blog”?

Peço desculpas por tomar o tempo de vocês, mas o The World by Fon também é um livro de memórias.

Um abraço tão grande quanto os oceanos Atlântico e Mediterrâneo juntos (hoje estou postando de Israel).

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