Como adolescente, sempre disse: “Um dia, vou saltar de Bungee Jump”. Talvez não tivesse compreendido plenamente o significado dessas palavras. Quando finalmente embarquei para a experiência mais marcante da minha vida, repetia essa frase, mas ainda não tinha noção do que estava dizendo.
Estávamos na terceira semana de janeiro, fazendo uma viagem ao Porto (Portugal), atravessando a ponte Dom Luís, quando as palavras escaparam da minha boca pela última vez, sem que eu realmente as entendesse. Em resposta a uma observação sobre o potencial da ponte para um salto de Bungee Jump, minha amiga comentou: “Na Polônia tem disso! Perto da minha casa! E é bem barato!”.
Já havia comprado minhas passagens para a Polônia e repetido mil vezes o desejo de pular de Bungee Jump. Obviamente, meus amigos começaram a pressionar: “Agora você vai ter que pular!”. Foi nesse momento que a ideia de “mergulhar no vazio” começou a se tornar mais real em minha mente.
Um mês depois, estava eu enfrentando os 10 graus negativos em Zakopane, uma cidade montanhosa na Polônia, em busca do tão falado “Bungee Jump do Mário”. Mesmo sem ver a grua, onde a atividade é realizada, eu estava determinado.
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Quando finalmente encontramos o equipamento e me deparei com aquela estrutura colossal de 100 metros de altura, admito que hesitei. “Era realmente muito alto!”
O preço era acessível, cerca de 30 euros, o que era razoável comparado a outros lugares. Não havia desculpas: eu tinha o dinheiro e estávamos ali por esse motivo. Eu precisava pular.
Entrei em um bar próximo para me aquecer com uma bebida quente. Enquanto saboreava lentamente minha bebida, refletia sobre a ideia. Por quase uma hora, observei a gaiola subindo e as pessoas mergulhando no vazio com gritos de adrenalina. Parecia uma espécie de “confronto” onde eu encarava aquele desafio, decidindo se o enfrentaria ou não.
Quando terminei minha bebida, bati o copo na mesa e me levantei decidido: “É agora!”. Paguei a conta e me dirigi à cabine do Bungee. Lá, paguei, assinei o termo de responsabilidade e, antes que percebesse, estava com a equipe prendendo o equipamento no meu tornozelo.
Com os pés amarrados, fui conduzido até a gaiola que seria içada até o topo da grua. Houve uma pausa para as fotos e os gritos animados da multidão ao redor. A adrenalina estava a mil!
Entrei na gaiola junto com a fotógrafa da equipe “Bungee Jump Mario”. Assim que a portinha se fechou, começamos a subir. A primeira surpresa veio logo no início, quando a corda ficou completamente esticada no ar, presa aos meus pés: era muito mais pesada do que eu imaginava!
Continuamos subindo, e a grandiosidade do cenário se revelava diante dos meus olhos. O frio e a leve neve intensificavam ainda mais as emoções. Inicialmente, acenava para as pessoas lá embaixo, mas em determinado momento, já não tinha mais coragem de fazê-lo. A paisagem era deslumbrante. E continuávamos subindo.
Gradualmente, os gritos da multidão lá embaixo foram se tornando cada vez mais distantes, até se tornarem imperceptíveis. Quando finalmente paramos, só se ouvia o vento soprando e balançando a gaiola.A instrutora pediu que olhasse para cima para algumas fotos. Em seguida, pediu que me aproximasse mais da borda da portinha.
Foi então que ela abriu a tranca e, com um movimento inesperado, chutou a porta metálica, que se abriu com um estrondo, revelando o vazio diante dos meus olhos. As pessoas pareciam formigas lá embaixo, sob a ponta dos meus pés, que estavam para fora da borda.
Tínhamos combinado que ela contaria até três e diria “Bungee!”, facilitando a sincronização para a foto. Ela me perguntou se estava pronto, respondi afirmativamente e então: Um! Dois! Três! Bungee!
Libertei-me no meio do vazio, experimentando uma das melhores sensações da minha vida. O vento ensurdecedor, o corpo livre de qualquer amarra e a velocidade extrema se combinavam de maneira maravilhosa. Num primeiro instante, minha reação foi tentar agarrar algo, como fazemos quando acordamos de um sonho de queda livre. Mas logo em seguida, deixei-me fluir e continuei o mergulho.
Quando a corda se esticou, veio a segunda surpresa. Ela me puxou para cima com muito mais força do que eu esperava, proporcionando-me outra sensação de mergulho no vazio. Era incrível!
Mais algumas oscilações para cima e para baixo, mas em intensidade menor. Finalmente, eu estava pendurado de cabeça para baixo, a 30 metros do chão, braços abertos. O que mais podia fazer? Gritar: “Brasiiiilllll!” A emoção era indescritível!
Eu tinha feito! O medo de altura que tinha na infância tinha sido completamente superado. Este era o último teste para provar isso.
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