Uma das perguntas mais frequentes que recebo é sobre o tamanho e o peso das bagagens em viagens de avião. Durante meus anos viajando por diversas companhias aéreas, percebi que as regras variam conforme o país e o tipo de trajeto. Neste artigo, vou esclarecer como funcionam essas regras e o que você deve considerar ao preparar sua mala.
Sistemas de Limite de Bagagem: Peso x Peça
Geralmente, ao comprar uma passagem aérea, o passageiro tem direito a transportar uma quantidade de bagagem já incluída na tarifa. Existem dois sistemas principais utilizados mundialmente para definir esses limites:
- Por peso: O passageiro pode despachar uma quantidade fixa de bagagem em quilos, sem um limite específico de volumes.
- Por peça: O passageiro tem direito a um ou dois volumes de bagagem, com peso variando entre 23 kg e 40 kg cada, dependendo da companhia e do destino.
Nos EUA, Canadá, Japão e alguns países do Oriente Médio e África, o sistema por peça é mais comum. Já no restante do mundo, predomina o sistema por peso, que costuma ser mais vantajoso para as companhias aéreas.
Se houver excesso de bagagem, o passageiro deve pagar uma taxa adicional. No sistema por peso, o custo é calculado por quilo extra, geralmente resultando em valores altos. No sistema por peça, cobra-se uma taxa fixa para transportar um volume extra.
Companhias Low-Cost e Cobrança de Bagagem
Nos últimos anos, com o crescimento das companhias low-cost, muitos países da Europa, América do Norte e Ásia permitiram a venda de passagens sem bagagem despachada inclusa. Isso significa que o passageiro só paga pelo que precisar, uma vantagem para quem faz viagens curtas ou a negócios.
Além da bagagem, essas empresas também passaram a cobrar por serviços como escolha de assento, embarque prioritário, refeições a bordo e até mesmo o uso de wi-fi. A Ryanair, maior low-cost europeia, vai ainda mais longe, cobrando até pelo check-in feito no aeroporto e vendendo produtos como perfumes e bilhetes de loteria durante o voo.
Regras de Bagagem no Brasil
A ANAC determina que passageiros que embarcam no Brasil têm direito a:
- 23 kg em voos domésticos e rotas dentro do Mercosul.
- Duas peças de 32 kg em voos internacionais.
No entanto, essa regra só se aplica a voos iniciados no Brasil. Se o passageiro compra um bilhete no exterior com destino ao Brasil, a franquia de bagagem pode ser menor. Por exemplo, um brasileiro viajando de São Paulo a Madri pode levar duas malas de 32 kg, mas um espanhol saindo de Madri para o Brasil pode ter direito a apenas uma mala de 23 kg. Essa diferença dificulta que turistas voltem do Brasil com mais bagagem.
Retirada de Bagagem Durante Conexões
A regra geral é que, quando se compra um bilhete com conexões, a bagagem é despachada na origem e retirada no destino final. No entanto, existem exceções:
- Conexão com trecho doméstico: Se o último voo for doméstico (exemplo: Madri – Curitiba, com escala em Guarulhos), o passageiro deve retirar a bagagem, passar pela alfândega no Brasil e depois despachá-la novamente.
- Stopover longo: Se a conexão durar muitas horas, a bagagem pode precisar ser retirada e despachada novamente.
- Passagens compradas separadamente: Se você comprou bilhetes separados para cada trecho, é necessário retirar a bagagem em cada conexão.
Dica Final
Sempre leia atentamente as regras da sua companhia aérea antes de viajar. Essas informações estão nos “termos e condições” do bilhete, geralmente em letras miúdas. Evite surpresas desagradáveis no aeroporto e lembre-se: é melhor checar antes do que pagar taxas extras ou perder itens na segurança do check-in!
